Peças únicas e arrojadas na Doce Baixa

No número 28 da Rua 31 de janeiro, no Porto, nasceu há mais de três anos a Doce Baixa. O espaço foi completamente remodelado e hoje alia um toque vintage à contemporaneidade dos produtos artesanais de criadores e designers nacionais, sobretudo do norte.
Colares, compotas, peças de vestuário e decoração são alguns dos objetos que se podem encontram na Doce Baixa e que fazem as delícias dos visitantes. Certo é que todos os objetos são únicos e com um toque de criatividade e modernidade.
O mentor do projeto, Marco vieira, explica que atualmente os clientes são tanto portugueses como estrangeiros, contudo reconhece que “cada vez mais os clientes nacionais dão mais valor ao que realmente é nosso. Desde há quatro, cinco anos começaram a notar que o que é nosso tem muito valor e tem qualidade. Sendo peças únicas é o mais importante”.
O projeto já tem três anos e abriu depois de uma prospeção do mercado, depois de Marco Vieira perceber o que havia e não havia no Porto e o que poderia fazer. “O projeto inicial era abrir uma chocolaterie & gifts, ou seja, poder servir um chá, uns scones e ao mesmo ter a loja. Depois de termos esta loja é que percebemos que não o poderíamos fazer que não havia licenças para isso. Então abdicámos da parte da cafetaria, mas até hoje a loja mantém o conceito de chocolaterie & gifts, embora a parte de chocolaterie fique mais para períodos festa”, explica o responsável.
Procurando sempre ir ao encontro daquilo que o cliente procura, Marco Vieira admite que “houve várias adaptações até agora. O nosso cliente é de uma gama média/alta, que procura produtos únicos, como por exemplo peças de autor”.
A Doce Baixa só trabalha com autores nacionais, sendo que 90% são do Porto. A relação com os criadores tem corrido “muito bem”, mas “claro que ao longo destes três anos já passaram muitos criadores, mais uma vez vamos de encontro aquilo que o cliente procura e depois vamos diversificando”, esclarece.
De que forma a escolha do espaço influencia no negócio? “Eu queria na rua 31 de janeiro, mas não havia espaços livres, andei há procura da loja sensivelmente durante quatro anos e de repente surgiu esta”, conta o empreendedor. Acrescentando que “criar este espaço foi tentar à semelhança de outras lojas na Europa colocar uma loja com um toque mais vintage para haver este contraste de uma loja clássica com peças mais arrojadas”.
Quando a loja abriu só vendia produtos de criadores e designers externos porque Marco Vieira não tinha nada a ver com a área, ao longo de tempo percebeu que poderia também tentar e foi fazendo uns workshops para perceber se tinha algum jeito para o artesanato. Surgiu há dois anos a primeira coleção André Vieira e segundo o próprio correu bem. “Fui-me aplicando, tirando mais cursos, depois também tirei o curso de joelharia e lancei mesmo a marca André Vieira, que é a marca exclusiva da loja. Mas que também já está numa loja em Milão”, disse.
O objetivo do responsável é “tentar ter peças o mais original possível, até porque só trabalhámos com produtos únicos, e o objetivo é tentarmo-nos diferenciar do resto”.
Marco Vieira explica ainda todo o processo desde que o produto chega à loja: “O criador deixa o artigo na loja e não tem mais responsabilidade sobre nada. Decoração, merchandising, montras, vitrinismo sou eu que faço”. Reconhecendo que muitos dos clientes também são pessoas da cidade que passam na rua várias vezes, as montras são alteradas pelo menos duas vezes por mês. Para o responsável esta rotação de produto é muito importante: “As montras são cartão-de-visita de qualquer loja, acho que um mês com o mesmo produto é cansativo, principalmente nesta loja que o produto é tao diferente e marcante.”
Marco Vieira acredita que durante mais alguns anos a baixa do Porto continuará a crescer: “Primeiro porque o Porto ainda tem muito para oferecer, a nível de espaços ainda há muitos edifícios fechados que podem ser reabilitados e transformados num espaço comercial”.
Artigo publicado na edição de outubro/novembro de 2016 da revista NEGÓCIOS & FRANCHISING