38% dos empresários consideram redução da carga fiscal das empresas prioritária para a próxima legislatura
55% dos empresários portugueses acredita que o principal objetivo estratégico para a próxima legislatura deverá ser a criação de acordos alargados, nomeadamente ao nível laboral e fiscal e 38% elegem a redução da carga fiscal das empresas como prioritária. A conclusão é do mais recente Barómetro Kaizen, estudo que inquiriu os empresários portugueses para perceber o que esperam do Executivo na próxima legislatura.
Desenvolvido pelo Kaizen Institute em Portugal, o estudo diz que 40% dos gestores consideram que o próximo Governo deve focar-se em reduzir os elevados níveis de endividamento do País e 38% elegem como prioritária a redução da carga fiscal das empresas.
Os empresários mostram-se divididos quanto ao efeito que um parlamento fragmentado em resultado das eleições de 6 de outubro poderá ter na sua organização: 51% acreditam que uma maior diversificação partidária na Assembleia da República representará um impacto negativo, enquanto 46% consideram que esse cenário não afetará a sua atividade.
A maioria dos empresários (58%) acreditam que a economia portuguesa vai estagnar no próximo ano. Apesar disso, os gestores estão ligeiramente mais confiantes na economia portuguesa do que em fevereiro (12,4 pontos numa escala de 0 a 20, contra 12 em fevereiro). Metade estimam que a sua empresa registe um crescimento acumulado entre 5 e 15% nos próximos três anos.
António Costa, Senior Partner do Kaizen Institute Western Europe explica que “os resultados desta edição do barómetro mostram que, apesar de identificarem alguns riscos, os gestores mantêm a confiança na competitividade das suas empresas. Acredito que isso se deve à avaliação que fazem sobre quão bem preparada está a sua organização para um cenário de desaceleração da economia. Neste cenário, as empresas que forem capazes de se antecipar, olhando para otimização dos seus processos de forma proativa e contínua, estão claramente numa posição de vantagem”.
Outra das preocupações manifestadas pelos empresários nacionais é o abrandamento da economia mundial, com 76% a considerarem que este é o fator externo que mais pode influenciar negativamente a competitividade da sua empresa, seguida da instabilidade política nos países da Europa (40%) e da Guerra Comercial entre os Estados Unidos e a China (27%). Para 73% dos CEO, o mercado da União Europeia vai manter-se, nos próximos três anos, como o que oferece maiores oportunidades de exportação, seguido do dos Estados Unidos da América (27%).
Alterações climáticas e igualdade de género na agenda das empresas
O Barómetro Kaizen concluiu ainda que as alterações climáticas já impactaram a estratégia da maioria das organizações. 50% dos inquiridos afirmaram que estas preocupações deram origem a medidas concretas, como alterações de procedimentos para reduzir os consumos (62%) e a redução da pegada ambiental dos seus produtos e serviços (59%). 34% das empresas que já implementaram medidas deste tipo realizaram investimentos nos seus edifícios para torná-los mais sustentáveis e 25% investiram para incluir veículos híbridos e elétricos na sua frota automóvel.
Além disso, segundo o estudo, a maioria das empresas (51%) já tomou medidas relacionadas com igualdade de género e pretende manter o tema presente na sua estratégia. 15% ainda não tomaram medidas deste cariz, mas pretendem fazê-lo nos próximos anos.