Apenas 9% dos membros dos conselhos de administração das maiores empresas do país são mulheres. Esta conclusão, baseada em dados da UE, foi revelada durante o 1º Evento Anual da Women@Mercer em Portugal sobre o tema “Driving Change: Equal Opportunities”.
Esta conferência contou com os testemunhos da secretária de Estado para os Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, da Diretora Coordenadora de Recursos Humanos do Grupo Santander em Portugal, Isabel Viegas, bem como da Representante da W@M na Europa, Martine Ferland.
Diogo Alarcão, Gerente da Mercer Portugal, referiu na sessão de abertura que “o debate sobre o reconhecimento da igualdade de género, como pilar de desenvolvimento e sustentabilidade no mundo empresarial, é muito atual e as empresas têm um papel muito relevante na mudança que ainda é necessário fazer”. Diogo Alarcão referiu ainda que a Mercer tem vindo a assumir o compromisso de contribuir para a igualdade de oportunidades entre géneros, adiantando que nos escritórios da empresa em Portugal, 65% dos colaboradores são mulheres, sendo que ao nível dos Diretores de 1ª linha a divisão é igualitária (50%) e que, desde este ano, o Conselho de Administração da empresa passou a contar com uma mulher.
Por outro lado, Teresa Morais, secretária de Estado para os Assuntos Parlamentares e da Igualdade, destacou o difícil acesso das mulheres aos lugares de decisão e as persistências salariais entre homens e mulheres não justificadas, que de acordo com o I Relatório sobre diferenças salariais por ramos de atividade era de 18% em 2011.
De acordo com as estatísticas da União Europeia, que considerou as 18 maiores empresas portuguesas cotadas em Bolsa, as mulheres representam apenas 9% dos membros dos Conselhos de Administração, abaixo da média da União Europeia que se situa nos 19% em 2014.
“As mulheres sobem na carreira com relativa facilidade até cargos de direção intermédia: são diretoras de recursos humanos, de marketing, de relações públicas, de vendas e de outros tantos importantes departamentos, mas na grande maioria das empresas portuguesas ou que operam em Portugal, quer no universo das cotadas em Bolsa, quer no universo mais restrito das 18 maiores, não chegam aos Conselhos de Administração”, afirmou a secretária de Estado.
Já Isabel Viegas, Diretora Coordenadora de Recursos Humanos do Grupo Santander em Portugal, partilhou com a audiência o seu percurso profissional, que contribuiu para a sua vontade de agir a favor da igualdade de oportunidades entre géneros.
Por último, Martine Ferland, salientou que a diversidade de género contribui efetivamente para o benefício das empresas, “se juntarmos um grupo de pessoas que pensa de forma diferente, chegamos mais longe do que se optarmos por um grupo que pensa de forma igual.”