No último ano, cerca de 90% das empresas da Europa Ocidental foram afetadas por atrasos nos pagamentos dos seus clientes empresariais e 40% revelam que as faturas B2B são pagas com atraso. Os dados constam do mais recente ‘Barómetro de Práticas de Pagamento’ da Crédito y Caución, que indica que “num ambiente onde se regista a diminuição dos preços das matérias-primas e a desaceleração da economia chinesa, o nível absoluto de falências na Zona Euro permanece 66% acima dos níveis anteriores aos da crise.”
De acordo com o estudo, os maiores níveis de morosidade dos clientes domésticos acontecem em Itália, um dos principais mercados de exportação de produtos portugueses, e na Grécia, onde atingiram já cerca de 50% do valor das faturas. Em clientes de exportação, a morosidade mais elevada regista-se na Grã-Bretanha, segundo o estudo.
Os dados agora divulgados mostram também que num ambiente de elevada insolvência, a percentagem de empresas que atribui a morosidade das suas operações domésticas à insuficiente disponibilidade de fundos dos clientes aumentou para 58%. Nas exportações, esta percentagem também cresceu, para 40%.
“O não pagamento das faturas por parte dos clientes gerou um efeito dominó na cadeia de abastecimento. Quase 25% das empresas que participaram no Barómetro atrasaram o pagamento aos seus próprios fornecedores devido a atrasos de pagamento por parte dos clientes. Deste número, cerca de 20% adotou medidas específicas para corrigir os seus fluxos de caixa e cerca de 15% teve que recorrer a financiamento adicional”, revela o estudo.
Já aqui ao lado, em Espanha, as empresas estão agora menos dispostas a vender a crédito aos seus clientes empresariais. De acordo com os resultados do estudo, apenas 43% do valor das suas faturas corresponde a vendas a crédito, valor que está acima da média europeia, que se fica nos 41%.
Para além disso, “cerca de 87% das empresas espanholas experienciaram situações de morosidade de pagamento por parte dos seus clientes, o que afetou 42% do valor das suas operações. O efeito dominó de morosidade é mais intenso em Espanha do que nos mercados: 30% das empresas, seis pontos a mais do que no resto da Europa, devem atrasar os seus próprios pagamentos a fornecedores e 20% aumentar os seus empréstimos bancários.”