Projeto Tinteiro: a história dos tinteiros solidários
Um modelo de negócio de baixo investimento e com um cariz de ajuda social: assim é o Projeto Tinteiro, marca que pretende expandir-se este ano em Portugal.
Texto: Ana Tavares
O Projeto Tinteiro é uma iniciativa da Blacktoner, uma empresa lisboeta criada em 2000 e especializada na recolha e compra de tinteiros e toners vazios em Portugal e alguns países da Europa, que são depois reciclados na Europa, Ásia e Estados Unidos. Em 2004, a marca lançou o Projeto Tinteiro com o objetivo de motivar as empresas e associações para a recolha de tinteiros e toners vazios, sendo que uma parte dos lucros reverteria para associações de solidariedade como a Ajuda de Berço e a Liga Portuguesa Contra a Sida. “Há nove anos que o Projeto Tinteiro conta com uma participação crescente e procuramos agora tornar esta iniciativa um sucesso ainda maior”, garante Ricardo Castelo, gerente da Blacktoner.
Agora, a marca resolveu expandir-se em franchising, já que, como explica o gerente, “o trabalho necessário à recolha deste material potencia-se pelo conhecimento da zona envolvente e um trabalho de proximidade, ou seja, o conhecimento do terreno será muito mais eficaz a nível local do que se tivéssemos equipas nossas a trabalhar localmente”. Com um investimento inicial que começa nos €4 000 (mais IVA), o Projeto Tinteiro distingue-se como um franchising de baixo investimento: “Este tipo de negócio tem custos praticamente nulos para operar e parece-nos socialmente relevante nesta altura de crise. Uma parte dos resultados com a venda dos tinteiros reverte para as associações que estão a colaborar com o Projeto Tinteiro. Assim, podemos lançar um negócio socialmente responsável e ecológico, dado que promove a reciclagem e é rentável, porque implica baixo custo para os futuros franchisados.”
Na verdade, este conceito é diferente de um negócio tradicional porque os franchisados não têm de vender nada ao cliente final, só têm de recolher os produtos, que depois têm venda assegurada ao franchisador. “A marca Projeto Tinteiro, associada à empresa Blacktoner, consegue assegurar preços muito competitivos para essa venda, muito acima do mercado”, nota Ricardo Castelo.
Expansão fora de Lisboa
De momento, a marca procura expandir a sua atuação a todo o país, com exceção de Lisboa, pois é nessa zona que a Blacktoner opera. O objetivo até ao final do ano é, segundo o gerente, “criar uma rede nacional de recolha de tinteiros e toners, potenciando um negócio rentável, ecológico e socialmente responsável”. É através da dimensão dessa rede que vai ser possível garantir os melhores preços de venda dos tinteiros e toners vazios. “O Projeto Tinteiro é uma marca já reconhecida, tendo mais de 10 000 parceiros ativos em Lisboa, tendo ajudado várias instituições ao longo da sua história. A experiência adquirida permite-nos oferecer formação especializada em relação a este negócio e um constante acompanhamento ao franchisado, fundamental para o sucesso nesta área”, salienta Ricardo Castelo.
Além disso, o investimento inicial depende da zona e do potencial da mesma, mas inclui todo o pacote necessário para iniciar o negócio, sem ser necessário ter uma loja própria, o que constitui mais uma vantagem para os franchisados que procuram um modelo de negócio a baixo custo. A taxa de royalties é de 6% e não existe taxa de publicidade.
“Uma das grandes vantagens deste negócio é que pode começar a ter lucros desde o primeiro dia, situando-se o prazo de retorno do investimento nos seis meses, dependendo sempre da dedicação do franchisado a este negócio.”
A faturação anual prevista é de €150 000, com uma margem de lucro “elevada”, disse o gerente, acrescentando ainda que a marca procura franchisados com “um perfil dinâmico, trabalhador, com vontade de contacto com o cliente, simpatia e capacidade de comunicação, bem como um perfil analítico e capacidade de decisão”.