Apenas 17% das mulheres portuguesas estão dispostas a arriscar e criar um negócio
54% das mulheres portuguesas sonham em criar um negócio próprio, no entanto, apenas 17% dizem estar dispostas a arriscar para criar esse negócio. A conclusão é do ‘Private Business Study’, um estudo do Grupo Metro lançado em dez países no dia em que se celebra a Mulher (8 de março).
A nível global, o estudo mostra que uma em cada duas mulheres manifesta o desejo de iniciar o seu negócio próprio (45%) e que apenas 12% acreditam que vão realizar essa ambição. Para além disso, entre os obstáculos mais enfrentados ao iniciar um negócio estão fatores como a falta de apoio financeiro (49%), a situação económica em geral do país de origem (43%), carga tributária (29%), bem como a burocracia (28%), e falta de informação e aconselhamento (16%).
Em Portugal, o que leva as mulheres a criar um negócio é, sobretudo, “poder desenvolver uma atividade profissional de acordo com aquilo que realmente é a sua paixão”. Para além desta razão, surgem variáveis como o facto de as inquiridas terem em boa conta a ideia de serem os seus próprios chefes (33%) e sensação de satisfação por ter um negócio criado por iniciativa própria (38%). Apenas 6% das mulheres manifesta a sua vontade em abrir um negócio com o objetivo de enriquecer.
As barreiras à criação de negócios próprios são comuns aos 10 países inquiridos, sendo que as mulheres portuguesas afirmam que os maiores fatores de retração são a falta de apoio financeiro (56%), a situação económica que o país atravessa (53%) e a burocracia (43%), seguidos da existência de muitas taxas e impostos (36%) e a falta de aconselhamento (16%).
Ainda assim, confrontando a intenção com a realidade, apenas 17% das mulheres portuguesas refere que provavelmente vai iniciar um negócio próprio, num futuro próximo, uma percentagem ligeiramente acima da média global (13%) e que coloca Portugal na segunda posição do ranking, apenas atrás da China com 21%.
O estudo revela ainda que, em Portugal, do total dos inquiridos, 83% afirma que deveriam existir programas governamentais que incentivem e apoiem as mulheres a criar negócios próprios. Comparativamente com o primeiro estudo lançado, no geral, a percentagem de homens que deseja criar um negócio próprio (57%) situa-se ligeiramente acima da percentagem de mulheres (54%).
Ainda assim, foi possível apurar que em Portugal apenas 8% afirma que é mais difícil para as mulheres ter sucesso num negócio próprio, a percentagem mais baixa dos dez países representados no estudo (Portugal, Alemanha, França, Holanda, Itália, República Checa, Roménia, Turquia, Rússia e China).