Como financiar um negócio
Sabe como financiar um negócio? Existem diversas soluções disponíveis no mercado para financiar a criação de um negócio: crédito bancário tradicional, microcrédito, Programas de apoio, incentivos ou subsídios a fundo perdido.
- Soluções à medida do franchising
- Crédito não dispensa capital próprio
- Pedir sempre uma segunda opinião
b) Microcrédito
c) Programas de apoio, incentivos ou subsídios a fundo perdido
a) Crédito bancário
A crise veio dificultar o acesso ao crédito e torná-lo mais caro, mas o franchising continua bem cotado junto do setor financeiro. Os bancos oferecem soluções específicas para este mercado, mas para lá chegar é preciso conhecer as regras.
Iniciar um projecto de franchising é uma decisão que envolve diferentes variáveis, mas a mais importante e provavelmente a mais decisiva é o acesso ao financiamento. Quase todos os bancos oferecem soluções de crédito específicas para este mercado e, na maioria dos casos, é possível montar um negócio com recurso a poucos capitais próprios. No entanto, a crise financeira tornou os bancos mais exigentes e mais restritivos na hora de conceder crédito. Ainda recentemente, os principais bancos deixaram aviso: o crédito barato acabou e alguns bons projectos podem não vir a ser financiados. Além de cada vez mais selectivos, os bancos estão a aumentar os spreads, reflectindo o aumento do risco percebido pela banca e a sua maior dificuldade de financiamento. Por isso, mais do que nunca é preciso conhecer as regras do jogo.
Serão sobretudo as pequenas e médias empresas, com menos força negocial e sem grandes alternativas de financiamento, as que se vão confrontar com o cenário mais complicado, mas a boa notícia é que a maioria das instituições financeiras vê o franchising como uma aposta menos arriscada. Os quatro maiores bancos portugueses – CGD, Millennium BCP, Novo Banco e Santander Totta – disponibilizam soluções de financiamento para franchising.
Soluções à medida do franchising
Estas soluções, criadas a pensar no potencial das redes em franchising, oferecem várias alternativas ao nível das taxas aplicadas e dos montantes apoiados. Alguns bancos oferecem soluções de gestão de tesouraria (redução ou mesmo isenção de comissões em cartões e contas correntes), condições favoráveis de renting, leasing ou aquisição de imóveis, soluções ao nível dos seguros necessários, facilidades no crédito para colaboradores e sócios.
Mas nem tudo são facilidades é que, como refere fonte oficial do Santander Totta, todas as decisões sobre a concessão de crédito foram afectadas pela conjuntura de crise e “o crédito para o franchising não foi excepção”. É necessário analisar todas as condicionantes a que os créditos estão sujeitos, antes mesmo de avançar com o pedido de crédito. Além disso, o investidor nunca deve desvalorizar a importância de um plano de negócios completo e bem elaborado, pois trata-se de um elemento determinante para a aprovação ou não do financiamento por parte da entidade bancária. Nesta fase, o master tem um papel fundamental, já que é a ele que compete disponibilizar os elementos necessários para que o franchisado possa traçar um plano de negócios que ajude a comprovar a solidez do projecto.
Crédito não dispensa capital próprio
Também é preciso não esquecer que há sempre uma percentagem mínima de capitais próprios de que o investidor terá de dispor. Os especialistas sugerem uma fatia entre 20% a 40% do investimento inicial. Neste ponto, os bancos não estabelecem regras, preferindo uma análise caso a caso, porém o Santander Totta deixa claro que é sempre indispensável a entrada de capitais próprios por parte dos clientes, “até para demonstrarem a confiança que tem no negócio em que se estão a envolver”.
Atestar a viabilidade do negócio é, então, a chave para a aprovação do financiamento. Todos os investimentos devem por isso ser rigorosamente justificados. Porque não arrendar um espaço em vez de adquirir um imóvel? Outro exemplo é a aquisição de viaturas. Os bancos oferecem condições específicas para a compra de automóveis, mas a aprovação dependerá sempre da real necessidade do investimento.
Quando um investidor decide iniciar um projecto de franchising deve verificar a sua capacidade de financiamento mesmo antes de avançar para a escolha do negócio. Desta forma, será mais fácil adaptar essa escolha ao seu perfil de investidor e tomar todas as decisões que se seguem. Se o montante médio solicitado pelos investidores interessados em abrir um franchising ronda os 25 a 30 mil euros, é preciso ter em conta que o investimento inicial difere muito de sector de actividade para sector de actividade (montar um restaurante é muito diferente de montar um negócio de consultoria financeira. O esforço financeiro é muito superior no primeiro caso).
A crise que se tem aprofundado nos últimos anos, dita que o mercado esteja a optar cada vez mais por conceitos que exigem investimentos mais reduzidos. Esta tendência é confirmada pelo Novo Banco, que garante que “as soluções low cost estão a aumentar”. De acordo com a análise dos pedidos de financiamento que chegam aos bancos, os sectores de mercado mais procurados pelos investidores são a restauração, estética, vestuário, serviços financeiros e imobiliário.
Depois a escolha do negócio, o passo seguinte é calcular com exactidão o valor do investimento inicial, sem esquecer nenhuma parcela, evitando surpresas desagradáveis no decorrer do caminho. Nesta soma é preciso ter em conta os direitos de entrada do franchisador, os custos do projecto de arquitectura e da obra, as despesas com equipamento, mobiliário e decoração, o investimento no stock inicial e a compra de automóveis (caso seja necessário). A juntar, há ainda um montante para o fundo de maneio que nos primeiros meses de actividade tem um papel imprescindível.
Pedir sempre uma segunda opinião
Tal como num diagnóstico de saúde, também para obter um crédito é sempre importante ouvir uma segunda opinião. Comparar as condições oferecidas pelos vários bancos é a única forma de saber qual é a melhor opção e de negociar. Contudo, a escolha da instituição financeira pode também depender de parcerias prévias entre o master e a banca. Estes protocolos, associados a linhas de crédito exclusivas ou à negociação de taxas de juro mais competitivas, são cada vez mais frequentes. Só o Novo Banco tem parcerias com cerca de 60 masters a operar no mercado nacional. Também Millennium BCP celebra protocolos com empresas de franchising para apoiar a expansão das redes.
Outro factor a ter em conta são os produtos que os bancos comercializam em pacote e que disponibilizam soluções de seguros (de vida e multi-riscos), leasing ou garantia mútua dentro do seu próprio grupo financeiro ou através de acordos. Alguns negócios encaminhados para a garantia mútua, depois da aprovação, podem chegar ao banco com uma garantia de 70% de financiamento. O Novo Banco, por exemplo, tem desde 2007 um protocolo com as Sociedades de Garantia Mútua (SGM) para facilitar a obtenção de crédito em condições adequadas aos investimentos e ciclos de actividade. Existem ainda outras alternativas de financiamento que começam a ter cada vez maior procura. É o caso do leasing (uma solução bastante utilizada na aquisição automóveis e de equipamentos muito específicos) e do microcrédito em que os bancos também estão a apostar (ver caixa).
B) Microcrédito
Como aceder ao microcrédito
O microcrédito existe para que as pessoas que não têm crédito junto da banca, mas que querem desenvolver um negócio, o possam fazer. É uma solução utilizada no caso de investimentos mais reduzidos, uma vez que os montantes de apoio atingem, no máximo, os 10 mil euros. Apesar do recurso ao microcrédito estar a diminuir com a crise económica, de acordo com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC), cerca de 70% das pessoas que recorreram a esta alternativa de financiamento continuam com o negócio aberto, um valor superior à taxa média de sobrevivência das empresas em geral.
Quem precisa de financiamento para iniciar um pequeno negócio pode recorrer ao microcrédito. Depois de um contacto inicial com a entidade bancária, seguem-se algumas reuniões, a avaliação da viabilidade do negócio e o acompanhamento do projeto. A necessidade de fiador, a taxa de juro e o prazo de pagamento são fatores que variam caso a caso.
Há três instituições bancárias com protocolo assinado com a Associação Nacional de Direito ao Crédito (ANDC): a CGD, o BES e o Millennium BCP. O candidato pode optar por solicitar o empréstimo à ANDC, que gere todo o processo, ou ao próprio banco.
Como fundador do microcrédito em Portugal, o Millennium BCP conta já com 11 anos de experiência em “coaching, assessoria e acompanhamento de projetos desde a primeira hora”, adianta Helena Mena, coordenadora do microcrédito neste banco. Com uma taxa de sucesso de 85%, esta linha já financiou cerca de 2200 projetos, criando 3400 postos de trabalho com 18,2 milhões de euros. Mas a responsável prefere falar dos empreendedores e não dos números. Mais do que saber elaborar um plano de negócios, há características que o Millennium valoriza no perfil do empreendedor, como “muita coragem, trabalho, espírito de sacrifício e força de vontade, além de experiência anterior no negócio que vai desenvolver”. Helena Mena garante que “conseguimos aferir isso desde o primeiro dia de contacto até à atribuição de crédito” e reforça a maior flexibilidade e proximidade que o banco consegue desempenhar em comparação com outras entidades bancárias. No Millennium, o montante financiado vai até €25.000, o valor máximo de microcrédito na Europa.
Contactos: www.millenniumbcp.pt; T.: 707 500 075
O gabinete de microcrédito do Novo Bancotem como destinatários potenciais empreendedores em risco de exclusão social, em situação de desemprego ou sem acesso ao crédito bancário tradicional. A linha de crédito abrange um vasto grupo de candidatos, desde estudantes a desempregados especializados, artesãos, domésticas, reformados e mesmo empregados por conta de outrem, que necessitam de crédito para concretizarem a sua ideia, mas que não têm acesso aos sistemas tradicionais de financiamento. O Novo Banco dispõe de uma rede de balcões que pode identificar os potenciais candidatos, mas as instituições de apoio social aderentes também podem propor projetos de que tenham conhecimento.
Para o Novo Banco, é essencial a capacidade para promover o seu próprio negócio, dominar relativamente bem o mercado e ter espírito empreendedor, revela António Duarte Oliveira, do gabinete de Microcrédito. Os projetos são analisados pelo plano de negócios, pelo espírito empreendedor e pela capacidade de trabalho dos candidatos.
A necessidade de fiador ou outro tipo de garantia é solicitada face à avaliação do projeto. Além dos formulários internos, é exigida uma entrevista presencial e outro tipo de documentação conforme o tipo de negócio pretendido. O microcrédito do Novo Banco abrange projetos até €12.500, com pagamento até 48 meses.
Contactos: www.novobanco.pt
Na Caixa Geral de Depósitos, o microcrédito é igualmente dirigido a cidadãos residentes em Portugal com capacidade para promover a criação do seu próprio emprego ou pequenos negócios, sem capacidade de recorrer ao crédito bancário tradicional ou que tenham dificuldades de acesso e afirmação no mercado de trabalho.
Segundo fonte oficial da CGD, os pedidos de empréstimo neste âmbito são reunidos na ACM – Agência Central para o Microcrédito, que depois reencaminha o candidato para a ANDC. Se o projeto for considerado viável, é elaborado um plano de negócio e uma proposta de financiamento. O processo é reenviado para a ACM que decide sobre a concessão do empréstimo.
Na linha da CGD, os candidatos podem aceder a um empréstimo com um montante máximo de €12.500, a pagar até 48 meses, incluindo um período de utilização e/ou diferimento até 2 meses. Entre outras vantagens, o plano de reembolso permite prestações mensais correspondente a 20% do capital originalmente constituído em dívida.
Contactos: T.: 808 200 980; microcredito@cgd.pt.
Sites úteis: www.microcredito.com.pt
C) Programas de apoio, incentivos ou subsídios a fundo perdido
Existem vários apoios a que um potencial franchisado se pode candidatar. Com o objectivo de apoiar o empreendedorismo e a criação de empresas de pequena dimensão que originem a criação de emprego, oInstituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) disponibiliza diversos tipos de Apoios à Criação de Empresas, como por exemplo o MICROINVEST e INVEST+.
Destinatários
Inscritos nos Centros de Emprego numa das seguintes situações:
- Desempregados inscritos há 9 meses ou menos, em situação de desemprego involuntário ou inscritos há mais de 9 meses, independentemente do motivo da inscrição
- Jovens à procura do 1.º emprego com idade entre os 18 e os 35 anos, inclusive, com o mínimo do ensino secundário completo ou nível 3 de qualificação ou a frequentar um processo de qualificação conducente à obtenção desse nível de ensino ou qualificação, e que não tenham tido contrato de trabalho sem termo
- Quem nunca tenha exercido actividade profissional por conta de outrem ou por conta própria
- Trabalhador independente cujo rendimento médio mensal, no último ano de actividade, seja inferior à retribuição mínima mensal garantida
O Projecto-Tipo
Projectos de criação de empresas de pequena dimensão, com fins lucrativos, independentemente da respectiva forma jurídica, incluindo entidades que revistam a forma cooperativa, devendo reunir os seguintes requisitos:
- Metade dos promotores têm de, cumulativamente, ser destinatários do programa, criar o respectivo posto de trabalho a tempo inteiro e possuir conjuntamente mais de 50% do capital social e dos direitos de voto
- O projecto não pode exceder a criação de 10 postos de trabalho e um investimento superior a 200.0000€
Apoios
Linhas de acesso ao crédito com garantia e bonificação da taxa de juro
Montantes máximos | Prazos | Taxa de Juro | ||
Investimento | Financiamento | |||
MICROINVEST | 20.000€ |
20.000€
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2 anos de carência de capital
Reembolso: 5 anos, com prestações mensais (amortizações constantes de capital9 |
Euribor a 30 dias, acrescida de 0,25%, com taxa mínima de 1,5% e máxima de 3,5%
1.º ano de juros integralmente bonficado 2º e 3º anos bonificados parcialmente.
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INVEST+ | superior a 20.000€ e até 200.000€ |
até 100.000€
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Nota: Os créditos a conceder, no âmbito do INVEST+, têm como limites 95% do investimento total e 50.000 € por posto de trabalho criado, a tempo completo.
Apoio técnico à criação e consolidação de projectos que obtenham financiamento:
- Acompanhamento do projecto aprovado
- Consultoria ao desenvolvimento do projecto
Os apoios técnicos são assegurados por uma rede de entidades/serviços de apoio ao empreendedorismo credenciadas pelo IEFP.
A Candidatura
Os promotores que sejam destinatários devem solicitar no Centro de Emprego da área de residência a certificação da qualidade de destinatário, a efectuar mediante declaração.
O projecto e as declarações de certificação da qualidade de destinatário são apresentados directamente pelo promotor às instituições bancárias aderentes – CGD, Millenium-BCP, BES, BPI, SANTANDER-Totta, Barclays, BPN, BANCO POPULAR, CRÉDITO AGRÍCOLA, MONTEPIO e BANIF.
O Enquadramento Legal
Portaria n.º 985/2009, de 4 de Setembro, com a redacção dada pela Portaria n.º 58/2011, de 28 de Janeiro.
Para obter informação mais detalhada, consulte a descrição da linha de crédito e dirija-se ao Centro de Empregoda sua área.
Existem ainda os incentivos geridos pelo IAPMEI, como o COMÉRCIO INVESTE, fundo de modernização do comércio, dirigido tanto a empresas, como a associações do setor. Este fundo pode ir até 40% das despesas elegíveis nos projetos individuais (com um valor máximo até 35.000€), podendo haver uma majoração de mais 10%. Ao nível do crédito, o programa FINICIA também promove soluções (com protocolos com diversas entidades bancárias e com mais de 100 autarquias).
Sites úteis:
http://www.iefp.pt/apoios/candidatos/CriacaoEmpregoEmpresa/Paginas/Apoios_Criacao_Empresas.aspx
http://www.iapmei.pt/iapmei-mstplindex.php?msid=12
D) Business Angels
A figura do business angel tem vindo a assumir um papel importante no mundo do empreendedorismo luso. Embora se trate de uma realidade bem longe da existente no Reino Unido, o mercado mais maduro da União Europeia e no qual operam cinco mil business angels. Em Portugal, estão registados cerca de 400 business angels nas 11 associações que integram a Federação Nacional de Business Angels (FNABA).
Estes investidores individuais estão dispostos a financiar projectos como start-ups e seed capital, que não encontram no capital de risco uma resposta adequada. Os business angels são investidores individuais com experiência profissional ou em empreendedorismo com capacidade financeira. Os “business angels não investem só em empresas star-ups”, esclarece Paulo Andrez, presidente da EBAN – European Business Angels Network. Todavia, optam na maioria dos casos por investir em novos negócios. Privilegiam “projectos com potencial de crescimento”, salienta Paulo Andrez, exemplificando: “um restaurante dificilmente criará interesse, mas uma rede de restaurantes” pode ter potencial de atracção para estes investidores.
Alguns business angels participam activamente na gestão do dia-a-dia do negócio e outros optam apenas por colaborar quando solicitado pelos sócios promotores do projecto, mas sem envolvimento directo na gestão.
O presidente da EBAN estima que os business angels nacionais têm capacidade para investir 10 mil milhões de euros. A actual conjuntura joga também a favor na disponibilidade destes capitais. “Com a crise, os business angels que tinham investimentos na Bolsa retiraram esses investimentos e precisam de alternativas de investimento pois os juros que os bancos oferecem são muito baixos. Os projectos inovadores de empreendedores são uma interessante alternativa”, defende Paulo Andrez.
Actualmente, a Federação Nacional de Business Angels (FNABA) tem, neste momento, ao dispôr dos jovens empreendedores portugueses a quantia de 42 milhões de euros. Esta quantia encontra-se disponível em 54 Entidades-Veículo que os Business Angels criaram para efectuarem os seus investimentos.
Para aceder a este tipo de financiamento o primeiro passo é contactar um dos 11 clubes de business angelsexistentes em Portugal ou a FNABA. Estas organizações podem aconselhar e orientar os empreendedores na elaboração do plano de negócio e promover reuniões com investidores. No caso do franchising, Paulo Andrez explica que o interesse em investir numa unidade franchisada é bastante diminuto. Mas “se for um master pode ter interesse” ou a criação de “um conceito novo e replicá-lo em Portugal no mundo, terá mais hipóteses se atrair o interesse de business angel”.
Sites úteis: www.fnaba.org
E) Capital de Risco
A entrada de capital de risco na empresa é para muitos empreendedores e empresários uma opção estratégica para desenvolver um projecto sem os custos do crédito bancário. A importância deste financiamento está patente no crescimento registado em 2009. Segundo a Associação Portuguesa de Capital de Risco e de Desenvolvimento (APCRI), a actividade de capital de risco cresceu 134% em comparação a 2007, com investimentos na ordem dos 396 milhões de euros. Em comunicado de imprensa, Afonso Oliveira Barros, presidente da APCRI, avançou que “Portugal tem 600 milhões de euros disponíveis para investir em 2009 e esta pode ser uma boa oportunidade para a concretização de bons negócios. Não prevemos um reforço dos fundos para este ano, no entanto estamos expectantes quanto à concretização de negócios de média e de grande dimensão em Portugal, devido essencialmente a dois factores: provável descida do valor das operações e aumento do capital disponível para investir”.
As sociedades de capital de risco (SCR) são uma fonte de financiamento de start-ups ou de empresas de pequena e média dimensão com potencial de crescimento. O objectivo destas sociedades ao financiarem estes projectos é assumirem uma posição, ainda que minoritária, no capital social da empresa e contribuírem para a valorização do negócio. A participação pode incluir uma intervenção directa na gestão do negócio, desenvolvimento de estratégias na área da produção, da distribuição e de marketing.
As SCR assumem o risco do insucesso, sem garantias reais como é exigido pelo crédito bancário. O benefício do investimento vem da valorização da empresa beneficiária do apoio de capital de risco, depois de um período médio de quatro a sete anos.
Os empresários interessados em recorrer ao capital de risco devem começar com a apresentação do projecto e do plano de negócios a uma SCR. A avaliação do projecto é a primeira fase de um processo que inclui uma negociação sobre todos os detalhes da relação entre a empresa e a SCR. A última fase do processo é a saída da SCR da empresa através da venda ou cedência gradual aos promotores do projecto, a venda a terceiros ou em bolsa.
Sites úteis:
http://www.iapmei.pt/resources/download/GuiaPraticodoCapitaldeRisco.pdf
F) Garantias mútuas
A garantia mútua é um sistema mutualista de apoio às micro, pequenas e médias empresas e têm como objectivo, disponibilizar garantias financeiras para a obtenção de crédito junto de entidades bancárias.
As Sociedades de Garantia Mútua (SGM) participam em operações de financiamento como “fiadores” ou “garantes” do pagamento dos empréstimos contraídos por empresas. Este tipo de financiamento permite aos empresários beneficiarem de melhores taxas de juro e não apresentarem garantias reais por parte da empresa, sócios ou accionistas. As empresas que optam por esta solução celebram um contrato de mutualismo com a SGM.
As garantias mútuas destinam-se a financiar projectos de investimento, desenvolvimento, modernização e internacionalização nos sectores da indústria, do comércio, dos serviços, da construção, do turismo e dos transportes.
No franchising, o BES estabeleceu protocolos com as SGM com vista a criar um produto adequado às necessidades desta parceria e dos micro-negócios. Trata-se de um “plano de financiamento até cinco anos (duração típica dos business plan das marcas em franchising), até 100 mil euros (que permite abarcar a imensa maioria das necessidades de financiamento das redes de franchising) e onde o montante é garantido pelas SGM até 75% do capital financiado. Este financiamento construído para o franchising é possível para empresas novas –start-ups – o que não é possível nas opções ‘tradicionais’ de financiamento com garantias mútuas.
Esta solução surgiu depois do banco ter concluído que a maior dificuldade que os candidatos a franchisados e as redes enfrentavam era o financiamento para o arranque do negócio. “Ou seja, abertura de novas empresas, com novos empresários, com pouco histórico”, detalha, e por vezes sem garantias reais para apresentar. Pensada de raiz para a criação de novas empresas e star-ups, “a parceria que instituímos com as SGM cria uma nova alternativa que ultrapassa essa dificuldade: trata-se de uma parceria entre o Banco que financia e a SGM que dá a garantia ao financiamento em nome do empresário. Com essa garantia fornecida pela SGM, o empresário tem muito maior capacidade para obter crédito e, além disso, com acesso a spreads muito mais favoráveis do que sem a referida garantia”.
Sites úteis: