Como começar um negócio
Iniciar um negócio passa por diferentes etapas que deverão ser muito bem estruturadas, desta maneira queremos ajudá-lo e vamos dar-lhe algumas dicas de como começar um negócio. O ponto de partida é uma Ideia de negócio inovadora, com base em estudos de mercado e no perfil dos potenciais clientes, sendo posteriormente validada através de um plano de negócios detalhado. É nesta fase que se deverão identificar os fatores críticos de sucesso e por fim, avançar para a concretização do negócio.
Tanto para o próprio criador de empresas como para os seus eventuais interlocutores é indispensável apresentar os estudos, análises e reflexões acompanhados de dados quantitativos num documento próprio e bem redigido: o chamado “Plano de Negócios”.
Este documento, que irá passar pelas mãos de pessoas que não conhecem nem o projeto nem os promotores, funcionará como embaixador de ambos, permitindo-lhes construir uma primeira opinião a partir do conteúdo e da forma de apresentação.
Por outro lado, durante os primeiros meses de existência da empresa, o Plano de Negócios constitui, para o novo empresário, um referencial em termos de objetivos a atingir e da respetiva programação e calendarização.
Saber apresentar e “vender” o projeto
O Plano de Negócios deve ser um documento com elevado nível de objetividade e bem apresentado. Sempre que possível a informação escrita deverá ser ilustrada através de diversos elementos valorizadores do projeto.
Estrutura do Plano de Negócios
INTRODUÇÃO – Apresentação resumida do criador e do seu projeto
CAPÍTULO 1 – O mercado e a envolvente externa
CAPÍTULO 2 – Os pontos fortes do empresário
CAPÍTULO 3 – A finalidade, as metas e os objetivos
CAPÍTULO 4 – As escolhas estratégicas
CAPÍTULO 5 – Os meios necessários
CAPÍTULO 6 – A estrutura da empresa
CAPÍTULO 7 – As previsões financeiras
Anexos
Plano de Negócios
Introdução
O Empreendedor
O sucesso de um projeto depende antes de mais do seu promotor. Isto significa que antes de “vender” a imagem do projeto o promotor deve-se procurar “vender” a sua própria imagem.
Nesta perspetiva, o promotor deve pôr em evidência as suas qualidades e pontos fortes em relação ao projeto (formação, experiência e motivações), juntando em anexo o seu Curriculum.
O projeto
Da introdução deve constar uma exposição breve do projeto:
- Localização;
- Pacto social;
- Características dos serviços ou dos produtos;
- Alguns números-chave relativos ao primeiro ano de atividade (volume de vendas, resultados ou margem, investimento inicial).
Capítulo 1 – O mercado e a envolvente
Nesta parte do Plano de Negócios o futuro empresário deve demonstrar que conhece o terreno que pisa e, portanto, pôr em evidência as informações e os dados quantitativos utilizados na determinação das escolhas estratégicas e dos meios e na elaboração das contas previsionais.
Estes dados devem ter por base informação sólida e sempre que possível deve-se fazer prova do que se escreve, citando as fontes utilizadas, ou, se se trata de meras hipóteses ou projeções, explicar como foram elaboradas.
A procura
As clientelas potenciais
- A que tipo de clientela se dirige o projeto? – Quais são os mercados visados?
- E a que tipo de necessidades pensa dar resposta?
As características da procura
- Informações e números sobre o volume e as tendências da procura atual, passada e futura;
- Estado de saúde dos mercados: (em crescimento, em estagnação ou em declínio).
O consumo
- Informações qualitativas sobre os impedimentos ou motivações identificados nos compradores e nos consumidores;
- Efeitos da sazonalidade;
- Comportamento dos compradores, se a decisão é coletiva;
- Quem faz surgir a necessidade;
- Quem formula a encomenda;
- Quem toma a decisão final de comprar.
A oferta
Os produtos
- Quais são os produtos (similares) existentes no mercado, segundo a utilização, as funções e as diferentes gamas.
Características gerais da oferta
- Número de concorrentes, agressividade da concorrência e evolução tecnológica.
Os concorrentes
Relativamente a 2 ou 3 principais concorrentes (incluindo, se possível, o “leader” do mercado) devem-se indicar os seguintes elementos:
- Dimensão (número de efetivos);
- Volume de vendas;
- Características dos serviços;
- Principais clientes;
- Imagem da empresa.
Os intermediários
Devem ser identificados os futuros:
- Prescritores – pessoas ou entidades que podem recomendar os produtos ou serviços da nova empresa a potenciais clientes;
- Parceiros comerciais e distribuidores – pessoas ou entidades que podem comercializar os produtos através de uma comissão;
- Parceiros técnicos – pessoas ou entidades que podem prestar apoio na conceção e na fabricação (subcontratantes).
A regulamentação
Normas técnicas a respeitar, obrigatoriedade de licenciamento, regulamentação comunitária
Capítulo 2 – Os pontos fortes do empresário
O promotor do projeto deve apresentar neste capítulo os seus pontos fortes em relação ao projeto, designadamente:
- Formação ou longa experiência no domínio;
- Gosto ou apetência particular para uma atividade ligada ao projeto;
- Envolvente favorável (conselho ou ajuda por parte de pessoas de família qualificadas na matéria, conhecimentos no meio profissional).
Neste capítulo o futuro empresário, por um lado, deve ser completo, tentando não esquecer nenhum especto importante e, por outro, não deve ocupar um exagerado número de páginas com este tema.
É evidente que o empresário também tem pontos fracos e dificuldades. No entanto, sendo o objetivo visado “vender” a sua imagem é preferível não lhes fazer referência neste documento.
Capítulo 3 – Finalidades, metas e objetivos
Finalidade
Não é inútil relembrar sucintamente a natureza do projeto antes de fixar as dois ou três principais metas e de calcular o objetivo de sucesso da nova empresa.
Metas
Algumas metas fixadas a médio prazo permitirão balizar o papel do futuro empresário e obrigá-lo-ão a conduzir a sua empresa numa perspetiva de consolidação e desenvolvimento, mantendo-se continuamente em ação.
Objetivos
O primeiro objetivo da criação de uma empresa é que ela corresponda a um negócio bem-sucedido e para tal, é necessário calculá-lo de tal forma que seja sempre possível saber qual é a posição relativamente ao fracasso ou ao sucesso e a que nível se situa neste último.
Este cálculo efetua-se a partir de dados precisos relativos ao mercado.
Deve-se em seguida verificar se as capacidades da empresa permitem, sem criar problemas, responder às necessidades do mercado.
Para além da utilidade de que se reveste na ótica da construção do plano de ação para o primeiro ano ou para os primeiros tempos de atividade da empresa, a identificação dos objetivos serve igualmente como termo de referência para o empresário repensar e por em ação as estratégias que lhe permitam atingi-lo.
Capítulo 4 – As escolhas estratégicas
A análise de mercado e da envolvente externa à empresa, bem como dos pontos fortes do empresário e dos objetivos a atingir, levam a fazer escolhas estratégicas:
O futuro empresário deve demonstrar toda a coerência do projeto e, ao mesmo tempo demonstrar as suas capacidades de se impor como chefe da empresa.
Com base em dados qualitativos e quantitativos precisos deverão ser apresentadas as escolhas estratégicas feitas em termos de implantação, produtos, clientela, margens (resultados), bem como de política de preços e de comunicação.
Estes aspetos deverão ser abordados segundo a importância que têm no projeto e essa ordem é, evidentemente, variável de projeto para projeto.
Capítulo 5 – Os meios
A relação e quantificação dos meios deve estar de acordo com as escolhas estratégicas feitas e com as informações recolhidas da envolvente externa da empresa.
É preciso não esquecer que uma das principais causas de insucesso das empresas nascentes é a insuficiência de meios em quantidade e em qualidade e que a imprecisão nesta matéria põe em sérios riscos a credibilidade do empresário.
Este especto foi já desenvolvido quando se apresentou o 7º Passo – “Meios financeiros, materiais e humanos.
Capítulo 6 – Organização e estatutos
No que diz respeito à organização, é importante que o promotor mostre que tem competência (sozinho ou em conjunto com colaboradores) para assegurar todas as áreas funcionais da empresa: gestão geral, contabilidade e finanças; vendas e marketing; produção, investigação (se for caso disso), gestão do pessoal, etc.
Mesmo que a aquando do arranque da empresa o empresário esteja sozinho ou conte com um número muito restrito de colaboradores é necessário saber quem vai fazer o quê, tanto dentro da empresa como no seu exterior.
No que concerne a forma jurídica da empresa, deve justificar com precisão a escolha feita e caso os estatutos já estejam redigidos, poder-se-á anexar um exemplar.
A escolha da forma jurídica da empresa vai determinar o seu modelo de funcionamento.
Neste contexto, a opção por um determinado estatuto jurídico deve ser tomada de modo a valorizar os pontos fortes da futura empresa tendo, no entanto, em atenção as características que melhor se adaptem às expectativas de desenvolvimento.
As formas jurídicas mais comuns são:
– Empresa Individual / Empresário em Nome Individual;
– Sociedade por quotas
– Sociedade Anónima
Outras formas jurídicas menos frequentes são:
– Estabelecimento Individual de Responsabilidade Limitada, EIRL
– Sociedade Unipessoal por Quotas
– Sociedade em Comandita
– Sociedade em Nome Coletivo
– Cooperativa
Capítulo 7 – As previsões financeiras
O Plano de Negócios deve incluir obrigatoriamente a quantificação das previsões financeiras, designadamente, através da apresentação das “Contas de Exploração”, do “Balanço Inicial”, do “Balanço ao fim dos primeiros três anos”, do “Plano de Financiamento” e do “Plano de Tesouraria”.
A apresentação de todos estes números deverá será ser particularmente cuidada para que todas as pessoas que analisarem o projeto compreendam o que eles significam e para que reflitam bem a realidade e as escolhas feitas.
Refira-se que, por vezes, é necessário pormenorizar e explicitar algumas categorias de despesas.
Anexos
Por fim, o promotor poderá anexar a este documento os elementos que permitam ilustrar de uma forma nítida o seu propósito (por exemplo, o plano da futura implantação, etc.) ou elementos técnicos que não tenham lugar no corpo do documento (por exemplo, orçamentos de fornecedores, cartas-compromisso de clientes, etc.)
Saiba mais em: http://www.iapmei.pt/iapmei-art-03.php?id=372