Conheça as dicas dos franchisados para o sucesso
Seguir as regras do master, saber motivar a equipa e ser contido na gestão das contas. Estas são algumas das dicas que os melhores franchisados a operar em Portugal deixam a quem quer iniciar o seu negócio.
Com um restaurante no Centro Comercial Parque Nascente, em Rio Tinto, Ruben Freitas Quintal, franquiado da cadeia de sanduíches Subway, avança o primeiro conselho: é preciso jogar pelas regras. “Penso que uma das melhores lições de gestão que aprendi é, de facto, o cumprimento das regras da marca, tanto a nível operacional, como a nível de gestão. Ajudam a ter um total controlo sobre o que se passa com o meu negócio, evitando surpresas desagradáveis”, salienta o franchisado, que decidiu apostar na Subway porque procurava “um modelo de negócio já estudado de uma marca de renome, sólida e de sucesso”.
Na opinião de Ruben, que abriu a sua unidade em fevereiro de 2014, a boa gestão de um negócio depende, em certa medida, do seu arranque. É por isso necessário pensar bem a empresa antes de começar, avaliando fenómenos como o mercado, tipo de clientes e, claro, localização. “É crucial dedicar muito tempo ao planeamento, sobretudo numa primeira fase, e não se precipitar na escolha de uma localização.” Para além disso, o franquiado destaca a importância de acompanhar a operação de perto e de manter o foco no cliente. Para tal, Ruben diz preferir contratar jovens que por vezes nem têm experiência na área, mas que pode depois moldar em bons funcionários. Embora nem todos os franchisados tenham referido esta apetência por colaboradores mais jovens, muitos referem a importância do treino dos colaboradores para a satisfação dos clientes, algo essencial. Além disso, disse Ruben, é necessário que os empresários tenham tempo, boa capacidade de gestão e ambição. Quanto à sua marca específica [a Subway conta com 15 unidades em Portugal], o franquiado elogiou o processo de formação dado aos novos investidores, que considera “excelente”.
Ser um gestor presente
Ricardo Silva, franchisado da Phone House desde outubro do ano passado, em Esmoriz, concorda que é essencial seguir as regras da rede e deixa um exemplo concreto: na Phone House, os franchisados não são encorajados a fechar contratos com clientes com histórico de dívida. “Para chegar a algum lado, não quero andar às curvas”, brinca o franchisado. “E se a marca faz esta recomendação, eu penso que é pelo melhor.”
Mas, a principal recomendação do empresário é mesmo ser um gestor presente, com conhecimento profundo do seu negócio. Para Ricardo, isso revelou-se ser fácil, já que o atual franchisado trabalhou vários anos na área das telecomunicações, incluindo quatro anos na própria Phone House, rede que tem neste momento nove unidades franchisadas em Portugal, mas que pretende chegar ao final do ano com 15. “Há que estar presente, não ser apenas investidor mas perceber o negócio de dentro. Falo com outros franchisados para trocarmos ideias, mas eles até me ligam mais a mim do que ao contrário, porque conheço bem o negócio”, disse.
Por outro lado, concentrar apenas em si o conhecimento do negócio também acarreta uma dificuldade: a formação das equipas. Esta é a principal dificuldade deste franchisado de pequena dimensão (mas com bons resultados e que até pretende abrir uma segunda unidade), pois conta apenas com a ajuda de mais um colaborador. “Ao ensinar, desligo-me da venda, mas tenho que o fazer. Temos que motivar os trabalhadores a fazerem o mesmo ou mais que nós.”
Tal como o franchisado da Subway, Ricardo Silva também aconselha os potenciais empresários a planearem cuidadosamente o seu negócio antes de arrancar, por forma a poderem, por exemplo, recorrer a incentivos à criação do próprio emprego, como aqueles concedidos pelo Instituto do Emprego e Formação Profissional. “De resto, é ter vontade de trabalhar e tratar bem os clientes, porque sem eles não somos nada.”
A operar num negócio altamente competitivo e no qual as promoções são muitas vezes utilizadas como forma de ganhar vantagem, Ricardo defende ainda a relevância de estruturar bem o mix de produtos, por forma a responder a todos os pedidos e necessidades dos clientes.