Famílias “abastadas” são o tipo de consumidor mais envolvido com a economia circular
O novo estudo do Cetelem analisou o nível de envolvimento dos portugueses com a economia circular, tendo as famílias abastadas as que mais colocaram a preocupação ambiental como principal critério de escolha de um produto (26%). Em comunicado, o Echangeur, um dos centros de investigação económica do departamento Prospetivo do Cetelem – BNP Paribas Personal Finance, revela que nove dos dez perfis/estilos de vida em Portugal parecem envolver-se com a economia circular.
Os casais reformados (25%), os casais ouro de meia-idade (22&), os jovens trabalhadores (20%) e os trabalhadores solteiros (20%) foram outros perfis de consumidor que deram importância ao fator ambiental (antes do preço, da facilidade de acesso, etc.).
Todos os outros perfis “parecem ter menos este tipo de cuidados” na escolha/compra de um produto, sendo as famílias pressionadas (13%) e as famílias estrategas (12%) as que demonstram ter menos preocupação, “provavelmente por motivos orçamentais”, indica o Echangeur.
Destaques por estilos de vida:
- Famílias abastadas – “aparecem como campeãs da economia circular, pois são o perfil que adotou a economia circular mais profundamente nos seus hábitos”;
- Jovens adultos despreocupados – favorecem serviços de compras a outros indivíduos (CtoC), como a compra e venda em segunda mão (26%) e sites de reservas na Internet ou troca de alojamento (29%). No que toca à tecnologia os jovens adultos estão dispostos a pagar preços mais elevados por artigos de melhor qualidade e duráveis (44%);
- Casais jovens – a compra e venda, em segunda mão (32%), sites de reservas na Internet ou troca de alojamento (26%) são muito populares entre este grupo;
- Famílias estrategas – “parecem estar prontas à compra ou venda em segunda mão (30%), pois permite-lhes ter produtos de qualidade a um preço mais baixo”;
- Casais ouro de meia-idade – “mesmo que a sustentabilidade nas decisões de compra não surja como uma grande preocupação, quando compram um produto são muito sensíveis à boa qualidade e estão dispostos a pagar por isso”;
- Famílias pressionadas – “perfil mais limitado em termos de orçamento e veem a economia circular como um meio de redução de custos”;
- Trabalhadores solteiros (dois grupos: os 30-44 anos e os 45-59 anos) – “ambos parecem considerar a sustentabilidade como um critério importante na compra de um produto. No entanto, como têm muitas despesas, o preço surge, especialmente para aqueles com mais de 45 anos, como um critério importante nas suas decisões de compra”;
- Modestos de meia-idade – “apesar de parecerem sensíveis à compra de produtos locais diretamente aos produtores (39%), o seu baixo rendimento impede-os, de considerarem a sustentabilidade como um critério”;
- Casais Reformados e os Seniores Solitários – “não aparecem como alvos estratégicos dos serviços de economia circular, nomeadamente por razões geracionais. Contudo, como os casais reformados estão ligados à sustentabilidade, os princípios da economia circular estão bem enraizados na sua mentalidade”.
Metodologia
O inquérito quantitativo do Echangeur by BNP Paribas Personal Finance foi realizado através de um painel online (Access Panel). Este teve por base uma amostra nacional representativa de 4 000 indivíduos com mais de 18 anos de idade. O trabalho de campo foi realizado em duas fases: 3 000 indivíduos foram entrevistados em janeiro de 2020 e 1000 em setembro de 2020. Fundado em 1997, o Echangeur BNP Paribas Personal Finance faz parte do Departamento Prospetivo do Cetelem BNP Paribas Personal Finance e tem como principal objetivo acompanhar e analisar a aplicação das tendências tecnologias no retalho, além de partilhar o impacto que a inovação tecnológica tem no comércio e nos comportamentos dos consumidores no futuro.
Os dez perfis de consumidor são: jovens adultos despreocupados; casais Jovens; famílias estrategas e casais ouro de meia-idade; famílias pressionadas; trabalhadores solteiros; modestos de meia-idade; casais reformados; seniores solitários.
Os estilos de vida mais comuns em Portugal foram identificados através do cruzamento de critérios sociodemográficos – como idade, número de elementos por habitação –, com critérios orçamentais: rendimento líquido, restrições orçamentais, entre outros.