As redes de franchising geraram em 2014, em Portugal, um volume de negócios de 4624 milhões de euros, valor que corresponde a 2,7% do PIB nacional. As conclusões são do 20º Censo de Franchising, estudo realizado anualmente pelo Instituto de Informação em Franchising (IIF) e que este ano revela que o franchising foi responsável pela criação de cerca de 63 670 postos de trabalho, cerca de 1,4% do emprego gerado em 2014.
Segundo o documento, 2014 foi marcado por um aumento no número de marcas e de áreas de negócio em franchising presentes em Portugal, com a integração de um total de 41 novos conceitos de negócio no mercado nacional de franchising, que agora é composto por 524 marcas franchisadas, 63,4% das quais têm origem em Portugal.
Logo depois das marcas portuguesas, o mercado nacional de franchising em 2014 foi dominado por marcas espanholas, responsáveis por 13% das novas redes, e por marcas provenientes de países como EUA, França, Reino Unido, Itália e Brasil (14,6%).
“Os resultados do 20º Censo de Franchising permitem constatar uma franca evolução deste mercado, prevendo-se que nos próximos anos se mantenha esta tendência de crescimento do franchising em Portugal”, explica Carlos Santos, manager do IIF.
Investimentos podem ir até aos 250 000 euros
O 20º Censo de Franchising revela também que 78,4% das marcas presentes em Portugal implicam um investimento até aos 50 000 euros, com predominância (59,5%) daquelas que exigem um investimento inicial até aos 25 000 euros, seguidas daquelas que exigem investimentos entre os 25 000 euros e os 50 000 euros (18,9%).
Ainda que em menor número (5,4%), existem também marcas que exigem valores iniciais de investimento entre os 100 000 e os 250 000 euros e marcas que requerem um valor de entrada de 250 000 euros (2,7%).
Por setores, foi o comércio que dominou, passando dos 25% em 2013 para 43,9% em 2014 e passando a ser o segmento com mais peso no franchising nacional. Serviços (41,5%) e Restauração/Hotelaria (14,6%) são os outros setores que entraram no pódio em 2014.
Segundo o estudo, em 2014 houve “uma maior diversificação das áreas de negócio, havendo, no entanto, algumas que se destacam, como é o caso da distribuição alimentar, as lavandarias self-service, as perfumarias, entre outras, mas que não assumem uma posição dominadora como aconteceu no passado recente com a estética ou a compra e venda de ouro.”
Porto foi a região onde mais se investiu em expansão
De acordo com o Instituto de Informação em Franchising (IIF), existem claramente zonas que são mais prioritárias para a expansão das marcas e em 2014 quem liderou foi “o Porto (com 6,6%), Lisboa (com 6,0%) e Coimbra (com 5,9%).”
No que diz respeito à expansão internacional, a Europa continuou a ser em 2014 o mercado preferencial, com 42,2% das internacionalizações, seguida de África, com 21,1%, e da Ásia e da América do Sul e Central, com 18,4%.
No mercado europeu, são de destacar, em particular, os mercados espanhol (24,2%), República Checa (8,1%) e Suíça (6,5%) como principais destinos das marcas portugueses.
Redes são mais hoje mais pequenas
Os dados agora revelados mostram também que hoje, as marcas “são mais exigentes na seleção dos franchisados e dos mercados de implantação dos seus negócios” e, nesse sentido, cerca de 53% das redes têm até nove unidades, 34,5% tem uma dimensão até quatro unidades e 19,1% têm redes que variam entre as cinco e as nove unidades.
As redes de franchising de média dimensão, ou seja, entre as dez e as 19 unidades, representam 21,2% do mercado e nas redes de grande dimensão, 17,5% têm entre 20 e 59 unidades e apenas 7,8% têm mais de 50 unidades. No total, existem 10 390 unidades franchisadas em Portugal.
De acordo com o IIF, os dados do 20º Censo do Franchising permitem antever uma tendência de crescimento para os próximos anos.
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