Entre janeiro e setembro deste ano, as vendas brutas sob insígnia do Grupo DIA atingiram um total de 6 949 milhões de euros, um crescimento de 2,6%. De acordo com os resultados revelados esta terça-feira (30 de outubro) pela empresa, em Portugal, as vendas brutas sob insígnia do Grupo DIA atingiram os 619,3 milhões de euros até setembro, uma quebra de 3,3% face ao período homólogo.
Em Espanha, aquele que continua a ser o mercado mais importante da empresa, as vendas brutas sob insígnia entre janeiro e setembro chegaram aos 4 094 milhões de euros, menos 2,4% do que no período homólogo. Na Argentina, as vendas cresceram 26,1%, para um total de 1 023 milhões de euros, e no Brasil houve uma quebra de 1,6% nas vendas, quer chegaram aos 1212 milhões de euros.
António Coto, Conselheiro Delegado da companhia, que assumiu funções em agosto, sublinha que apesar da quebra nas vendas, “o valor intrínseco do grupo não está em causa e as suas mais de 7000 lojas continuam a trabalhar normalmente, com bons números em termos de volume e de criação de cash flow”.
De acordo com a empresa, nos primeiros nove meses do ano, o Grupo DIA investiu cerca de 269 milhões de euros, 196 milhões de euros dos quais na remodelação de lojas de proximidade no mercado espanhol.
Para o conjunto do exercício de 2018, o Grupo DIA “reitera a janela dos 350-400 milhões de euros de EBITDA ajustado comparativamente aos 586 milhões de euros de 2017. Esta descida deve-se em 2,5% à redução das vendas no mercado ibérico, onde foram implementadas um conjunto de decisões que não produziram os resultados esperados (a baixa adequação às necessidades dos clientes atuais, em termos de oferta de produtos, serviços, bem como de marca própria) ”, diz ainda a empresa numa nota enviada às redações.
A companhia sublinha ainda que tem “uma estratégia clara e os formatos vencedores onde irá concentrar os investimentos para maximizar os retornos e o valor para o negócio” serão o DIA&Go e o La Plaza, que registam crescimentos comparáveis superiores a 20% e 8%, respetivamente.
“A proposta de venda online regista fortes crescimentos com um amento de 30% nos 12 meses até setembro, uma quota de mercado de 10%, sendo uma alavanca fundamental para um negócio de proximidade como o do Grupo DIA”, acrescenta ainda a empresa.
Em comunicado, António Coto não deixa ainda de mencionar “as atuais dificuldades” do GrupoDIA, referindo que “a empresa colocará a ênfase numa gestão prudente do cash flow e na redução dos níveis de Capex no curto prazo. Seremos muito mais disciplinados em cada euro que investirmos, tal como no seguimento e controlo dos retornos”.
O Conselheiro Delegado da empresa refere ainda que “os esforços irão centrar-se em Espanha, com um plano realista e dirigido à recuperação real do negócio, com o objetivo de inverter a tendência atual”.
Fora de Espanha, o Grupo DIA planeia seguir as iniciativas implementadas em Espanha, “com um foco muito mais seletivo e restritivo nos investimentos”.
“Olhando para o futuro, quero construir um Grupo DIA totalmente focado nos clientes e que seja o cliente a marcar as nossas conversas daqui para a frente. Toda a cadeia de valor da DIA deve colocar-se ao seu serviço para que encontrem nas nossas lojas produtos de qualidade ao melhor preço com um serviço esmerado. Para consegui-lo já comecei a trabalhar em estreita colaboração com os nossos fornecedores, franqueados e colaboradores”, conclui António Coto.
Atualmente, o Grupo DIA conta com uma rede de lojas de 7429 unidades. No início de 2018, durante a apresentação de resultados anuais da companhia, o Grupo DIA tinha anunciado a intenção de investir cerca de 25 milhões de euros no mercado português ao longo deste ano, nomeadamente na remodelação de 100 lojas.