Sabe que ‘ingredientes’ faltam aos líderes modernos?
Em que é que os líderes atuais erram? Sabe que fator se perdeu nos atuais modelos de gestão de pessoas? Um conjunto de autores de obras sobre Liderança partilhou recentemente a sua opinião num trabalho conjunto que revela que ingredientes estão a falar nos ‘líderes modernos. Partilhamos alguns exemplos consigo.
Claudio Feser, autor do livro ‘When Execution Isn’t Enough: Decoding Inspirational Leadership’, acredita que um bom líder deve ser interessado pelas pessoas que lidera. De acordo com o autor, “é frequente os líderes de empresas falharem no engagement com os membros da sua equipa porque falham ao entender o que motiva as pessoas que lideram”. Como explica o autor, estes líderes são pessoas que projetam as suas próprias ambições e motivações nos outros.
“Algumas pessoas querem tornar o mundo num lugar melhor. São inspiradas por líderes que prometem combater as injustiças, ajudar aqueles com necessidades ou cuidar das gerações futuras (…). Algumas pessoas são motivadas por ajudar e servir os outros (…). Algumas pessoas são motivadas por trabalhar num organização com prestígio, respeitada e com sucesso”, refere.
Na opinião do autor, os líderes inspiradores percebem como lidar com a diversidade de propósitos de cada um dos seus trabalhadores, mobilizando-os da melhor forma. Como se consegue isto? De acordo com o autor, mostrando interesse pela sua equipa, fazendo questões, ouvindo e observando. “Mas é importante que o interesse nos outros seja genuíno. Para que uma liderança inspiradora seja eficaz, os líderes devem ser autênticos e cumprir o que prometem”.
James Kouzes, autor de ‘Learning Leadership: The Five Fundamentals of Becoming na Exemplary Leader’, acredita que o melhor líder deve ser também o melhor aprendiz. “Claramente relacionado com tornarmo-nos o melhor líder deve estar tornamo-nos também o melhor aprendiz”, defende.
Mas atenção: participar em workshops de três dias, ler um best-seller ou refletir num problema “não faz de alguém um grande líder”, sublinha o autor. “Quando as pessoas estão predispostas a ser curiosas e querem aprender algo novo, têm muito maiores probabilidades de refletir, ler, tentar ter um comportamento diferente ou iniciar um novo modelo de aprendizagem”.
Segundo o autor, os líderes que estão dispostos a aprender de forma contínua, são também pessoas que têm menos probabilidades de ver o feedback de alguém como uma ameaça e de ver um erro como um falhanço, procurando ver antes oportunidades de crescimento e desenvolvimento.
O autor da obra ‘The Joy of Leadership: How Positive Psychology can Maximize Your Impact (and Make You Happier) in a Challenging World’, Angus Ridgway, acredita, por sua vez, que o fator que mais falta faz aos ‘líderes modernos’ é a humanização.
De acordo com Angus Ridgway, “os CEO e Diretores de Recursos Humanos estão a enfrentar uma enorme mudança. À medida que avançamos para um mundo de Inteligência Artificial, qualquer tarefa que possa ser transformada em código irá ser substituída por robots”.
Neste novo mundo, os trabalhos que continuarão a existir serão aqueles difíceis de transformar em código, aqueles que requerem um ‘toque humano’ e empatia, criatividade e capacidade de análise de questões complexas.
Como refere o autor, “para se preparar para um mundo onde tem que ser a melhor versão de si próprio todos os dias, um bom líder terá que se focar no seu desenvolvimento pessoal”, sobretudo em algumas áreas: forças, ou seja, aquilo em que é realmente bom; saúde, ao entender que se tiver atenção a si próprio será capaz de gerir melhor as situações de stress; relações, entendendo que hoje em dia já quase ninguém trabalha em hierarquias formais, mas que somos todos atores em muitas redes que se sobrepõem; e propósito, ao ter noção que todos temos melhor performance quando estamos conscientes de que o nosso trabalho tem um significado.
Artigo publicado em parceria com o blog RH Bizz