Tété: Vender tradição
Com cartas dadas na produção de produtos lácteos tradicionais, a marca portuguesa Tété pretende agora expandir-se através de uma rede afiliada de representantes que levem o nome da empresa de norte a sul do país.
Texto: Ana Tavares
Nascida em 1960 como um projeto familiar que tinha como objetivo escoar o leite da pequena exploração agrícola detida pela família Amaro, a marca de produtos lácteos Tété tem crescido com base nos valores da tradição e da qualidade da matéria-prima utilizada.
Foi por isso que, em 2012, a marca ‘extinguiu’ o seu departamento de distribuição e logística, criando em seu lugar uma rede de representantes que lhe permitiu concentrar-se naquilo que faz melhor: a produção de queijos e manteiga. “À data, convidámos colaboradores a integrarem o projeto e a tornarem-se empresários autónomos, distribuidores da nossa marca. A maioria aceitou o convite e continuam, atualmente, a fazer parte deste projeto, o que legitima o sucesso do mesmo. No decorrer destes anos, percebemos que a estratégia de expansão para novas zonas será essencialmente alicerçada neste conceito de representação”, explica João Amaro, responsável dos departamentos de finanças e marketing da Tété.
Dos vários queijos (fresco, curado ou requeijão) à manteiga da marca, o conceito da Tété baseia-se, diz João, “na vontade de transmitir aos consumidores as memórias dos produtos tradicionais portugueses”. Tal é conseguido não só pelo sabor tradicional do produto, mas também pelo seu packaging, ambos resultado de um savoir faire de mais de 50 anos. “O que nos distingue é esta longevidade e aposta inequívoca na qualidade da matéria-prima”, salienta o responsável.
Com a qualidade do produto assegurada, o que a Tété pretende é encontrar mais representantes que vendam os seus produtos por todo o território nacional, expandindo assim a marca, cujo nome é a alcunha do patriarca da família Amaro. O objetivo para este ano era ampliar a sua rede afiliada em 20%, uma meta que, segundo João Amaro, já se encontra concretizada em 75%. Ainda assim, a empresa quer continuar a crescer, tanto a norte como a sul de Portugal, “com especial enfoque para o Grande Porto e Algarve”.
Sucesso familiar
Enquanto empresa familiar, João Amaro destaca que os representantes da Tété são vistos “como uma extensão da nossa empresa, pelo que o seu sucesso é muito importante”. Assim, a marca presta apoio em inúmeras áreas, desde a procura de clientes e acesso à rede de clientes já estabelecida, passando pela procura de fornecedores do equipamento inicial, apoio de backoffice e estabelecimento de objetivos mensais que, se atingidos, são premiados.
“Este apoio financeiro mediante objetivos parece-nos muito importante na fase de arranque do projeto, pois, por norma, a disponibilidade financeira reduzida num momento em que é essencial investir na abordagem aos clientes pode condicionar em muito o sucesso do negócio.”
O investimento inicial para fazer parte da rede Tété é de €15 000, que serão empregues em exclusivo na aquisição do equipamento necessário, isto é, de um veículo frigorífico e de software e hardware de auto venda. “Além de não cobrarmos direito de entrada, não cobramos royalties ou taxas de publicidade. Pelo contrário, o custo da publicidade colocada nas viaturas de distribuição é suportado por nós.”
Com um retorno do investimento previsto em 12 meses e uma faturação anual que pode oscilar entre os €100 000 e os €500 000, a marca procura pessoas com experiência na área comercial, com boa capacidade de comunicação, disponibilidade de tempo e financeira e, finaliza João Amaro, “pró-ativas e éticas”.