A Michael Page elaborou o estudo “Global Retail Report” sobre o mercado de trabalho no retalho e os processos de recrutamento estão a mudar. As necessidades passam agora por comercialidade, know-how digital e a compreensão da marca.
O retalho digital e a globalização têm um grande impacto no mercado de retalho, para fazer face a estas mudanças, os retalhistas estão cada vez mais a recrutar candidatos que possam trabalhar em diferentes culturas e combinar negócios online com os modelos de negócios tradicionais. Pretendendo analisar a atualidade do setor, a Michael Page elaborou o Global Retail Report, com um inquérito a importantes stakeholders do mercado de retalho em 10 países. O relatório demonstra os diferentes estágios em que se encontram os vários países na adoção de novas tecnologias e processos de recrutamento.
Exemplos disso são a China, cuja receita total de negócios digitais aumenta 50% a cada ano, e o México, onde o digital representará 20% do negócio de retalho em 2018. Em Portugal, de acordo com dados da ACEPI, ¼ da população (2,7 milhões de pessoas) faz já compras online, tendo gasto em 2014 cerca de 2,9 mil milhões de euros em compras B2C.
Embora o crescimento das compras online não ocorra com a mesma velocidade em todos os países, os retalhistas de todo o mundo procuram estratégias para incorporá-las nos seus modelos de negócio. Em vez de dependerem de clientes que compram apenas na loja física, os retalhistas devem encontrar o ponto de equilíbrio entre a experiência de loja tradicional e o online.
Esta mudança de paradigma influencia, não só o tipo de candidatos que os retalhistas procuram mas também, o recrutamento uma vez que comercialidade, o know-how digital e a compreensão da marca são fundamentais para o negócio.
O panorama global do retalho
O mercado de retalho é global, pelo que as competências, experiência e perspetiva dos profissionais devem estar alinhadas com as diferentes culturas locais e com a personalidade da marca, a fim de impulsionar a satisfação e lealdade do cliente. À medida que as marcas continuam a expandir-se à escala global, os retalhistas estão a vender as suas marcas mas também experiências. De acordo com Álvaro Fernández, Diretor Geral da Michael Page, “Numa economia global e cada vez mais digital, as habilidades tradicionais de retalho e a experiência já não são suficientes, o setor precisa de talento capaz de combinar a experiência no negócio tradicional, competências digitais e um sentido da experiência que o cliente procura,” adianta.
Médias salariais do setor de retalho em Portugal
No setor de retalho nacional, as médias salariais para quadros médios e superiores variam entre o mínimo 2,7 milhões de pessoas de 18 000 Euros/ano, para o cargo de Chefe de Secção, e o máximo de 130 000 euros/ano para os cargos de District Manager, Area Manager e Director ou Responsável Regional. Para funções de direção, como diretor de Operações ou Retail Manager, os salários podem variar entre os 40 000 e os 110 000 euros/ano. A remuneração para Diretores de Compras ou Diretores Comercias oscila entre os 55 000 e os 105 000 euros/ano. Já um Diretor de Unidade de Negócio ou Chefe de Grupo pode auferir entre os 50 000 e os 90 000 euros/ano.
Dentro das funções de operações, destacam-se os cargos de Diretor de Grande Superfície ou Diretor de Centro, com médias entre os 25 000 e os 95 000 euros/ano. Para os cargos de District Manager, Area Manager e Diretor ou Responsável Regional, a média varia entre os 40 000 e os 130 000 euros/ano. Os profissionais a ocuparem funções como Gerentes de Loja podem esperar salários entre os 22 000 e os 45 000 euros/ano, e os Chefes de Secção, entre os 18 000 e os 30 000 euros/ano. No grupo das funções de compras, cargos como Category Manager, Gestor de Produto ou Comprador oferecem de 26 000 a 55 000 euros/ano. Os Responsável de Desenvolvimento ou de Expansão podem auferir de 30 000 a 85 000 euros/ano, e os Responsável de Merchandising de 24 000 a 50 000 euros/ano.