O Centro Cultural de Belém recebeu esta terça-feira, dia 26 de novembro, a 3ª edição do inRetail Congress dedicado ao tema: “Ways & ideas for business growth”. Aproximadamente 250 participantes assistiram a palestras divididas por três painéis naquele que é o ponto de encontro e networking do setor do retalho em Portugal. O evento organizado pelo Grupo IFE e pela revista DISTRIBUIÇÃO HOJE trouxe ao nosso país oradores internacionais, case studies em primeira mão e ideias inovadoras.
A manhã do Congresso foi dedicada às ideias e caminhos para o crescimento e à especialização e reajustamento dos espaços comerciais. Nestes dois painéis, houve tempo para discutir os novos modelos e formatos que estão a surgir para potenciar o crescimento dos retalhistas e numa mesa-redonda composta por uma conversa de líderes, moderada por Filipe Gil, diretor editorial da DISTRIBUIÇÃO HOJE, que aceitaram partilhar com os congressistas as suas estratégias de crescimento para os próximos anos e as suas apostas de serviços para o consumidor bem como a importância da multicanalidade. Novas categorias de produtos, novos formatos de loja e a aposta no e-commerce são transversais a algumas das empresas com representantes presentes nesta mesa-redonda, nomeadamente, a Fnac, a Makro, a Spar e a TOYS R US.
O facto de os consumidores estarem em constante mudança, mais voltados para o consumo dentro do lar, mais exigentes, racionais obriga a novas estratégias, a uma adaptação das lojas às suas novas necessidades numa era que se transformou na convergência de canais. Há que marcar o cliente pela diferença e foi nesse sentido que surgiu em Portugal a Llao Llao, uma empresa que segue um novo hábito alimentar de consumo de iogurte gelado e a Ten to Ten que se pauta por uma estratégia de proximidade. Dois casos práticos de sucesso num grande mercado concorrencial onde pequenos operadores ainda têm oportunidade de crescer. Nas diversas apresentações dos responsáveis destas empresas, o objetivo é levar o cliente a viver uma experiência de compra diferente.
A parte da tarde ficou reservada à especialização e ao reajustamento dos espaços comerciais iniciando com uma Live Interview a António Sampaio de Mattos, presidente da Associação Portuguesa de Centros Comerciais que considera que “depois de dois anos muito maus, é expectável que 2015 seja um ano de consolidação do fim da crise”. Também neste setor há que apostar na readaptação sendo esta uma solução de futuro. Manuela Calhau, head of marketing e inovação da Sonae Sierra para a Europa e novos mercados reforçou a ideia de que “atualmente, há uma gestão mais cuidada e atenta do cliente. O consumidor revaloriza o seu dinheiro e repensa o valor dos produtos que compra. O preço enquanto fator chave torna-se então cada vez mais importante.” A responsável chamou ainda para o facto de que também os consumidores são concorrentes aos retalhistas. “Vivemos atualmente numa sociedade que cresce P2P e falando em números, 35,5% dos consumidores estão mais disponíveis para comprar produtos e serviços a outras pessoas”, afirmou.
A inovação ao serviço da conquista e fidelização dos clientes surge como uma das soluções que ajuda os retalhistas na conquista de novos clientes. Tiago Luís, managing director da OOM partilhou a sua apresentação com Ana Cristina Oliveira, head comercial and marketing da Itautec Ibéria e chamou à atenção para uma verdadeira mudança de paradigma. “Da fidelização passámos à relevância”, uma vez que as compras nas lojas físicas estão em completa mudança. O que é então relevante para o consumidor? Segundo um estudo da Delloite, que 61% dos shoppers utilizam o smartphone na loja e 48% foram influenciados na sua compra”, explicou.
José António Rousseau, presidente do Fórum do Consumo moderou o painel de especialistas da parte da tarde onde se discutiu a fidelização de consumidores através de cartões e meios de pagamento. Foram apresentadas soluções inovadoras por parte de responsáveis da Freeport, Sport Zone, Caixa Geral de Depósitos, Grupo Cortefiel, Ingenico e Sibs Forward Payments Solutions. Chegou-se à conclusão que uma vez que se aposta nos cartões de fidelização, “não há retorno possível”, salientou Filipe Rios, diretor de marketing da Sport Zone. E há quem vá mais longe… Alexandre Mendes, diretor de marketing do Grupo Cortefiel assegurou que “60% da força de vendas do grupo deve-se ao cartão de fidelização.” Por norma, estes cartões são facilitadores, convenientes e associados a benefícios para os seus utentes.
“Os primeiros indicadores são animadores. Apesar de o nosso cartão ainda estar em fase de lançamento, sabemos que a visita anual de clientes pelo Freeport começou a ser mais frequente – de 3 /4 passámos a 17 visitas por ano, o que nos deixa otimistas pois conseguimos duplicar o valor gasto pelos clientes”, acrescentou Nuno Oliveira, diretor geral do Freeport.
O evento terminou com duas interessantes apresentações da Marktest sobre a forma como as promoções estão a influenciar os consumidores.