Mulheres dominam nas compras para o lar
Um recente relatório global da Nielsen revela as mulheres continuam a assumir a maior parte das responsabilidades domésticas, e são, em média, 91% as que afirmam ter responsabilidade partilhada ou total pelas compras diárias, tarefas domésticas e preparação de refeições.
Tal significa que são também as mulheres as principais compradoras de produtos para o lar. Assumir este segundo, e por vezes terceiro, “emprego” significa que as mulheres têm exigências adicionais e menos tempo para as satisfazer e transforma este grupo numa das maiores oportunidades para uma oferta orientada pela conveniência.
Conveniência é chave
Em toda a Europa, 60% das mulheres afirmam que uma localização de loja conveniente é um fator altamente influente na decisão sobre onde comprar, em comparação com 52% dos homens.
Ana Paula Barbosa, Retailer Vertical Director da Nielsen, explica que, “com menos tempo disponível e maior interesse em ocupá-lo com atividades de lazer, as mulheres encontram-se a procurar formas de maximizar a eficácia, preferindo lojas que ofereçam uma experiência rápida de compra”. Por isso, diz a responsável da consultora, “preferem também lojas organizadas de forma eficiente e serviços destinados a poupar tempo”.
O relatório da Nielsen revela ainda que as mulheres europeias são” mais suscetíveis a realizar compras online sem riscos e que sejam convenientes”. A título de exemplo, a entrega rápida e grátis para compras online apela particularmente a 45% das mulheres europeias, comparativamente a 35% dos homens, fazendo desta a região com a maior discrepância entre géneros para este tipo de serviços. É também mais provável que as mulheres europeias estejam interessadas em receber notificações quando um item se encontra fora de stock ou quando produtos são vendidos com a possibilidade de devolução.
Apesar das pressões laborais e de tempo, as mulheres estão focadas em viver vidas mais saudáveis, não estando dispostas a comprometer a sua saúde, que é uma prioridade máxima para as mulheres na Europa, América do Norte e Ásia-Pacífico. As consumidoras europeias são mais propensas a analisar os produtos presentes no linear do que os homens. Estão à procura de rótulos transparentes e de empresas abertas sobre a origem dos seus produtos e a forma como são produzidos. Nesta batalha das marcas, ganham vantagem aquelas que dão prioridade à saúde e a ingredientes de qualidade.
Chamadas de atenção para fabricantes e retalhistas
“A mudança dos paradigmas de género está a passar de uma minoria para a normalidade, especialmente em mercados dominados por consumidores Millennial em idade ativa”, refere a consultora. No entanto, a disparidade de género continua a ser comum na publicidade moderna, e tanto homens como mulheres estão atentos a esta realidade. Estereótipos que poderiam ter sido aceitáveis há alguns anos provocam agora alguma indignação, com consequências negativas para as marcas ou insígnias. Embora as normas culturais variem globalmente, é fundamental que se comunique o importante papel que os homens desempenham na emancipação das mulheres e neste caminho pela igualdade – desde incentivar e defender a inclusão no local de trabalho até à partilha das tarefas domésticas.
Ana Paula Barbosa explica, por isso, que “as marcas que acompanhem esta tendência, seja através de iniciativas de promoção da responsabilidade social, saúde ou conveniência, continuarão a conquistar consumidoras”. Este tipo de estratégia depende, no entanto, “de uma verdadeira compreensão das necessidades das mulheres e reflete a sua realidade nos ecrãs, nas prateleiras e na loja”, diz a Retailer Vertical Director da Nielsen. “Não é apenas benéfico para os negócios, é a única escolha”, concluindo ainda que, “focando-se no apoio às necessidades das mulheres, as empresas poderão contribuir para o desenvolvimento deste poderoso grupo que domina os gastos domésticos”.