O consumo em casa é maior do que no período pré-pandemia
O mais recente estudo ‘Certeza no meio da incerteza’, realizado pela Kantar para a Centromarca – Associação Portuguesa de Empresas de Produtos de Marca, revela que os portugueses estão a consumir mais em casa do que no período pré-pandemia, nomeadamente no que se refere aos momentos de consumo que eram feitos no local de trabalho.
Em comunicado, a Centromarca explica que o facto de Portugal se posicionar acima da média europeia no que respeita aos trabalhadores a exercerem as suas funções profissionais a partir de casa ajuda a explicar este comportamento ao nível do consumo.
Relativamente ao desempenho do setor do grande consumo, existe um cenário de perda e um de crescimento, dependendo dos anos analisados. Quanto comparado a 2020, nota-se um cenário de perda. Mas se forem comparados os dados de 2021 com 2019, o setor conseguiu crescer 10,3% em valor e 3,6% em volume.
Os portugueses fazem cestas maiores (11,1 kg por ato de compra em 2020 e 10,3 kg em 2021) e mais valiosas (23 euros por ato de compra em 2020 e 22 euros em 2021) do que no período pré-pandemia.
Segundo o estudo, a quase estabilidade da frequência de compra por parte dos consumidores desde 2019 deve-se, em grande medida, à performance da Mercadona, que é a única insígnia a estabilizar atos de compra.
“Nestes dois últimos anos assistiu-se a uma tendência de menor distribuição das compras das famílias nacionais por diferentes insígnias, com ganhos efetivos para as cadeias de hard discount e com um impacto relevante para o peso no mercado das marcas de distribuidor”, sublinhou o diretor-geral da Centromarca, Pedro Pimentel.
Tendências 2022
O relatório antevê ainda algumas tendências detetadas em 2021 e que vão marcar este ano. Elas são:
- Crescimento de categorias associadas à indulgência, mas também à conveniência;
- Dicotomia: seniores que utilizam mais os meios digitais e jovens que preferem usufruir de tempo fora de cada;
- A aposta em produtos locais como forma de ajudar o meio ambiente;
- Mais famílias portuguesas possuem animais de companhia e as marcas de distribuição estão entre as quatro em sete das mais escolhidas;
- As categorias de valor acrescentado como maquilhagem e perfumaria continuam em queda, enquanto as de cuidado têm vindo a ser a prioridade;
- Compradores básicos e especialistas na limpeza de casa crescem. O primeiro grupo são famílias que compram até dez produtos por ano na limpeza caseira e os especialistas os que compram mais de 21 produtos ao ano;
- A inflação e o aumento dos preços;
- O online continua a ser o maior beneficiário do crescimento do mercado de grande consumo nestes dois últimos anos;
- As insígnias de sortido curto são as que mais crescem e a perda entre hiper e supermercados é a mais notória.
Ficha técnica
Os dados de compra são baseados no Painel de Lares da Kantar, uma amostra de 4 mil lares participantes, representativos de Portugal Continental, dispersos em mais de mil Pontos de Sondagem, que declararam as suas compras, no período em análise de 52 semanas, compreendidas entre 4 de janeiro de 2021 e 2 de janeiro de 2022. Os resultados apresentados têm um nível de confiança de 95%, com erro amostral associado de 1,96%.